Nesse post eu vou falar sobre algumas metodologias de ensino de inglês e tentar esclarecer algumas dúvidas e mitos sobre esse assunto.

É muito comum as pessoas perguntarem “qual é a metodologia de ensino que você usa?” ou “qual é a melhor metodologia para aprender inglês?” ou “qual é a metodologia da escola X?”.

Antes de falar especificamente sobre metodologias, acho importante começar esse texto te mostrando a minha opinião profissional sobre o que te faz aprender o idioma de verdade e sobre o mito da “melhor” metodologia de ensino de inglês.

MINHA OPINIÃO PROFISSIONAL SOBRE O QUE FAZ ALGUÉM APRENDER INGLÊS

A língua inglesa faz parte da minha vida desde 1995, quando decidi aprendê-la.

Em 2000 comecei a dar aulas na escola onde eu estudava. Trabalhei em duas escolas de idiomas e desde 2010 dou aulas particulares apenas para adultos, área em que me especializei.

Estou te falando isso para que você saiba que a minha opinião tem fundamento, é baseada em conhecimento e experiência. Não é um “achismo” superficial. Talvez você concorde ou talvez você discorde de mim…no prob!…continuaremos amigos!

Em minha opinião, o fator crucial para qualquer pessoa aprender inglês, independentemente do lugar e da forma como se estuda, independentemente do material que é usado, da fama e da tradição do curso ou escola que você frequenta, da “metodologia” que é adotada, da pressão social e de toda e qualquer dificuldade que você possa ter é um só: motivação interna.

Se a motivação interna existe, você VAI aprender inglês. É simples assim.

A motivação interna é a energia que vai te impulsionar a fazer tudo o que tem que ser feito e um pouco mais para que o seu objetivo seja atingido.

Fazer tudo o que tem que ser feito e um pouco mais significa AGIR. E somente com ação é possível mudar, transformar, criar, alcançar objetivos e realizar sonhos.

Todo o resto, inclusive as “metodologias” de ensino, são acessórios, ferramentas que irão auxiliar a sua jornada até que você aprenda, use, entenda e fale a língua inglesa.

Você já ouviu a frase popular: “Quem quer, dá um jeito. Quem não quer, dá uma desculpa.”? Então…se você vai dar um jeito ou uma desculpa, vai depender da sua motivação interna.

Isso vai além de aprender inglês…vale para tudo o que queremos de verdade.

DESVENDANDO O MITO DA “MELHOR” METODOLOGIA DE ENSINO DE INGLÊS

Eu diria que a pergunta “Qual é a melhor metodologia para aprender inglês?” está na mente e na boca da maioria (senão todas) as pessoas que estudam, estudaram ou querem aprender inglês.

Essa pergunta reflete uma ideia fossilizada de que a metodologia vai “fazer” alguém aprender inglês. Dream on!

Na sequencia conversaremos sobre elas, mas, entre as diversas metodologias criadas, usadas, testadas, descartadas e disponíveis não há nenhuma que, isolada, “garanta” a aprendizagem da língua inglesa e seja apropriada para todas as situações de ensino e aprendizagem e para todas as pessoas.

Em outras palavras, não existe “metodologia mágica” que “faça” alguém aprender inglês.

Pesquise Nunan, Harmer, Scrivener ou Thornbury para entender porque a ideia de “melhor” metodologia de ensino de inglês é B.S. (sorry for the bad word!).

METODOLOGIA

Nesse artigo vou incluir como “metodologia” o que chamamos de método (method), abordagem (approach), procedimentos e técnicas.

As metodologias abaixo estão resumidas de forma extremamente simplista para que você possa ter uma ideia básica do foco de cada uma delas.

Todas as metodologias têm pontos positivos e negativos. O ideal é extrair o que há de melhor em cada uma delas e utilizá-las considerando o quê, onde, quando, para quem e em que contexto o ensino da língua ocorre.

PRINCIPAIS METODOLOGIAS DE ENSINO DE INGLÊS

Grammar-Translation

Foco em leitura e tradução de textos, realização de testes e escrita de textos. Praticamente não trabalha o listening e o speaking.

Audio-Lingualism

Foco na audição e repetição de textos falados e na realização de exercícios de repetição de estruturas para estimular a memorização destas. Não há (ou há pouca) explicação sobre o que está sendo aprendido.

PPP – Presentation, Practice and Production

O professor apresenta uma situação para contextualizar a linguagem a ser estudada. A linguagem é apresentada e os alunos a praticam através da realização de atividades propostas pelo professor.

Communicative Approach

Foca no conceito de uso da linguagem em contextos reais. As atividades são focadas na comunicação eficaz, não necessariamente na acuidade gramatical.

Total Physical Response

Os alunos recebem instruções e fazem o que é solicitado. A complexidade das instruções aumenta à medida que as atividades evoluem e o aluno só vai usar o idioma se ele quiser ou necessitar.

Community Language Learning

Método baseado no ensino da língua inglesa usando a língua materna dos alunos (o uso da língua materna é mediado pelo professor). O foco é diminuir a ansiedade dos alunos e permitir que eles se comuniquem de forma mais genuína.

The Natural Approach

Os alunos são expostos ao idioma em um nível compreensível para eles acrescido de um grau de dificuldade a mais. O foco é que os alunos sejam capazes de aprender a língua inglesa de modo semelhante ao que eles aprenderam a língua materna.

Task-Based Learning

Os alunos são desafiados com uma atividade que reflete uma situação real (do trabalho, do dia a dia, etc.). Eles desenvolvem e completam a atividade. Somente após a execução desta o professor discute a linguagem que foi utilizada fazendo as correções e acertos necessários e apresenta a linguagem foco daquela aula. Essa nova linguagem ensinada poderá ser utilizada na atividade final, que pode ser igual ou diferente da atividade inicial da aula.

Lexical Approach

Nessa metodologia o ensino do idioma é realizado primordialmente através de palavras, chunks (conjunto de palavras), frases semi-fixas ou pré-fabricadas.

Dogme

Foca nas interações aluno-professor, sem uso desnecessário de materiais, recursos e tecnologia.

Existem outras metodologias de ensino de inglês, mas as principais estão descritas acima para que você as conheça e as pesquise profundamente, caso queira.

Espero que esse texto tenha te ajudado a conhecer algumas metodologias e, principalmente, compreender a inexistência de uma metodologia única e infalível para aprender inglês.

Sabendo disso você poderá analisar melhor as propostas de ensino de professores e escolas e estará menos suscetível aos apelos do marketing nesta área.

Não há atalhos. Aprender inglês requer vontade (motivação interna), curiosidade, paciência, comprometimento e autonomia.

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